26 de set. de 2011

Incêndio destrói 80% de parque com espécies em extinção


Dois parques de Minas Gerais estão queimando nesta segunda. O da Serra do Rola Moça tem a situação mais crítica



Denise Motta, iG Minas Gerais



Bombeiros de Minas Gerais trabalham no combate a incêndios em dois parques do Estado - que foram  agravados pelo clima seco. O parque Serra do Rola Moça, na região de Brumadinho, Grande Belo Horizonte, já teve 150 mil metros quadrados queimados, o que representa 80% de sua área, de acordo com os bombeiros. Brumadinho é uma cidade a 52 quilômetros de Belo Horizonte. Nesta região fica o Museu de Inhotim, reduto de artes a céu aberto reconhecido mundialmente, sendo o maior do tipo na América Latina. Inhotim fica a cerca de 30 quilômetros do foco principal do incêndio e não está ameaçado.
“Os trabalhos estão sendo concentrados em conservada parte do parque onde há predominância de vegetação de Mata Atlântica e a área do Condomínio Casa Branca”, informou a assessoria de imprensa dos bombeiros, se referindo a um distrito de Brumadinho, Casa Branca. O parque do Rola Moça é o terceiro maior parque em área urbana do país e abriga alguns dos mananciais que abastecem a capital. Ele abriga espécies em extinção como onça parda, jaguatirica, lobo-guará, gato-do-mato e veado campeiro. Região tranquila e tomada pelo verde, Casa Branca possui diversas pousadas e é um local de referência para descanso. O ex-ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), é um dos frequentadores da região.
De acordo com o chefe da assessoria de imprensa dos bombeiros, tenente-coronel Edgard Estevo, há chance de as chamas destruírem todo o parque. “Não vou mentir. Existe a possibilidade de destruição de todo parque, principalmente porque os ventos muitas vezes colocam o trabalho dos bombeiros em risco. Por ser uma região de mananciais, colocamos todo nosso efetivo lá, mas preciso fazer vários turnos para os homens descansarem. Eu também preciso de uma reserva de homens para outras ocorrências. Infelizmente a população precisa se conscientizar porque existe muito incêndio criminoso e, com o clima seco, a vegetação seca, as chamas se propagam muito rapidamente”, explicou.
Desde a última quinta-feira (22) bombeiros trabalham no local. Hoje são mais de 140 homens no combate às chamas, que chegaram a atingir quiosques de um clube de um condomínio de casas. Questionado se o Corpo de Bombeiros precisa de mais homens ou mais equipamentos para combater o fogo, o tenente-coronel disse que o contingente atende a demanda e a situação no Rola Moça é atípica. “O Estado não pode trabalhar com um planejamento só para o período crítico”.
Serra do Curral
O outro parque em chamas é a Serra do Curral, no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul de Belo Horizonte, mas o incêndio está controlado e há agora apenas um foco queimando. No bairro estão a residência oficial do governador Antonio Anastasia (PSDB) e do senador Aécio Neves (PSDB).
A área queimada no parque até agora foi de 2.500 metros quadrados e um helicóptero também participa das operações. Os bombeiros não informaram o percentual de área queimada. O tenente-coronel Edgard Estevo diz que o combate ao fogo é complicado no bairro Mangabeiras por causa do relevo, que dificulta o acesso aos focos de incêndio.
Eriberto dos Anjos, do Centro de Climatologia da PUC- Minas, explicou ao iG que já são mais de três meses sem chuva em Belo Horizonte. O último registro, lembra ele, foi em 10 de junho e neste mês a chuva foi tão rápida e escassa que sequer foi registrada nas estações meteorológicas. “As queimadas ocorrem pela baixa umidade do ar, que fica mais acentuada nesta época do ano e pela ausência de chuvas. A tendência é de chover a partir do início de outubro, nos dias 2 e 3”.

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