A recém-inaugurada loja paulistana Joanninha, não vende brinquedos: só aluga! Dessa forma, as ex-publicitárias Piu e Anna querem incentivar a prática do consumo compartilhado entre as crianças, além do desapego. Para elas, mais importante do que o brinquedo, é o momento da brincadeira
Quem tem filho, sabe que, na infância, geralmente, as crianças enjoam rápido de qualquer brinquedo. Para os pais, além do peso no bolso, fica o desafio de evitar o acúmulo de tantos produtos e driblar o impulso consumista das crianças. Então, por que não incentivar a troca e a prática doconsumo compartilhado? Isso pode ser feito, inclusive, entre irmãos, primos e amigos. Ou aderir ao sistema de aluguel de lojas com a Joanninha. Afinal, mais importante do que o objeto é o momento da diversão e tudo o que ele desperta, não?
Na loja de Piu e Anna, onde os pais escolhem brinquedos para seus filhos de até doze anos, é possível aderir a planos mensais de três valores, que dão direito a moedas virtuais. Depois de um mês, todos os brinquedos - ou apenas alguns deles - podem ser trocados por outros da vitrine da Joaninnha. Caso as crianças brinquem com os brinquedos alugados na grama, areia ou com tintas, eles devem ser devidamente limpos para voltar à loja, já que serão repassados a outras crianças. Claro que um arranhão ou outro é inevitável, mas as sócias explicam que até gostam disso. “É um desgaste natural que ocorre por conta da brincadeira. Por isso, também é importante ensinar as crianças que elas estão compartilhando algo que não é delas e que não é novo, e isso pode ser muito legal”, salienta Piu. Mas isso não significa que a qualidade e a durabilidade sejam negligenciadas: estes são dois critérios de escolha dos brinquedos expostos.
Em casos extremos, quando quebra uma peça, há duas soluções possíveis: que ela seja reposta pelo próprio fabricante, sem custo; ou que os pais tenham que comprar o brinquedo. “Neste caso, pesquisamos o valor de mercado e daremos um desconto de 20%”, explica Piu.
A preocupação com sustentabilidade também está nos materiais dos brinquedos da Joanninha e começa na escolha dos fornecedores. “Damos preferência a produtos feitos de madeira de reflorestamento, de bambu ou outros materiais duráveis, pintados com tinta atóxica”, destaca. Por enquanto, a Joanninha entrega e retira os produtos alugados apenas em São Paulo e em Alphaville.
O desejo das empresárias é que, aos poucos, a Joanninha amplie a faixa etária atendida, de modo que até os adultos possam usufruir dos benefícios do consumo compartilhado (no final deste texto, a gente indica algumas reportagens bacanas sobre o tema). “É um novo comportamento. A gente viu isso na Europa. Não há mais espaço para as coisas e a tendência mundial é compartilhar o que já existe. Trouxemos a prática para o Brasil e temos certeza de que pode dar muito certo e ser disseminada. Nosso objetivo é mesmo o de mudança”, acrescenta Anna.
Pelos resultados obtidos até agora, as sócias acreditam que esse conceito é entendido por seu público. Tanto que foram convidadas por uma escola da cidade para falar sobre consumo conscientecomo parte de um projeto que iniciado no primeiro ano do ensino fundamental. O projeto final dessa escola é implantar a troca de brinquedos na quinta série.
O consumo compartilhado chegou às crianças. Estava mais do que na hora de ensinar, desde cedo, que a diversão e a felicidade não dependem da quantidade de brinquedos que se tem. O legal, mesmo, é aproveitar os momentos que cada brincadeira proporciona e compartilhá-los com os amigos.
Você conhece alguma iniciativa de aluguel de brinquedos na sua cidade? Então, conte para nós por email: planetasustentavel@abril.com.br. Indique, no assunto da mensagem: ALUGUEL DE BRINQUEDOS.
*Joanninha
Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 09/09/2011
Planeta Sustentável - 09/09/2011
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