5 de fev. de 2012

Corredor ecológico reconecta trechos da Mata Atlântica


Marina Franco
Planeta Sustentável - 03/02/2012


Iniciativa do Instituto IPÊ reconecta duas unidades de conservação do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, com mais 700 hectares de Mata Atlântica, levando benefícios à florestas, às comunidades locais e aos proprietários rurais, que passam a se adequar às leis ambientais


A série de benefícios que um corredor ecológico proporciona - recuperação de habitat para espécies ameaçadas, preservação dos recursos hídricos e regulação do microclima são alguns deles - agora chegaram ao Pontal do Paranapanema, porção oeste do estado de São Paulo, coberta pela Mata Atlântica. Uma iniciativa do IPÊ - Instituo de Pesquisas Ecológicas plantou 1,4 milhões de árvores para unir as duas principais unidades de conservação da região: a Estação Ecológica Mico Leão Preto, que tem quatro fragmentos e o total de 7 mil hectares, e o Parque Estadual do Morro do Diabo, com 37 mil hectares de mata. 

A formação deste corredor ecológico faz parte do projeto Corredores da Mata Atlântica, que há 10 anos trabalha para conservar a biodiversidade do bioma mais devastado do Brasil através da restauração florestal em APPs - Áreas de Preservação Permanente e RL - Reserva Legal de propriedades rurais. Ou seja, além de restaurar a biodiversidade local, regulariza as propriedades que não seguem a obrigação legal de manter uma reserva de mata intacta. Sob coordenação do pesquisador Dr. Laury Cullen Jr, que explica que os animais têm necessidade de se deslocar entre UCs para se alimentar ou se reproduzir, o projeto reconecta a Mata Atlântica que atualmente é formada por "manchas de floresta", onde vivem espécies ameaçadas como o mico-leão preto, a onça pintada e a jaguatirica. 

O novo corredor formado no Pontal do Paranapanema tem 700 hectares, sendo que os últimos 93 ha foram plantados em dezembro do ano passado. Eles são monitorados pelo IPÊ até que se estabeleçam como floresta. O corredor liga o sul do Parque Estadual do Morro do Diabo com um dos quatro fragmentos da Estação Mico Leão Preto, passando pela Fazenda Rosanela, onde havia um passivo ambiental - obrigatoriedade de uma empresa com danos ambientais que causou -, de acordo com o Código Florestal vigente. 




O antes e o depois desta região do Pontal do Paranapanema onde foi plantado o novo corredor ecológico




A área de plantio foi escolhida segundo o Mapa dos Sonhos do IPÊ, estudo que determina áreas prioritárias para a restauração florestal, uma vez que são significativas para a biodiversidade. A implantação do corredor foi realizada com apoio de editais da Petrobras e do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e por parcerias internacionais e de empresas nacionais. O projeto Corredores da Mata Atlântica, além de cuidar da biodiversidade, ainda envolve a comunidade, capacitando pequenos e médios proprietários em agroecologia, educação ambiental e desenvolvimento de viveiros comunitários, de onde saíram as mudas para o corredor. 

A próxima etapa do projeto é fazer um novo corredor na região norte do Parque do Morro do Diabo, com o plantio de 5 mil hectares de floresta, em Apps e RLs de 11 propriedades da região. O desafio é conseguir o apoio desses pequenos e grandes proprietários para que se adéquem às exigências ambientais. Além de a floresta e as comunidades locais saírem ganhando, proprietários rurais também podem se beneficiar ao concordar em se regularizar ao Código Florestal. 

*IPÊ 

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